Meditação – Vida On & Off
Sente-se em metade da cadeira, os pés juntos e paralelos, no chão, sentado sobre os ossos da bacia, balance o corpo um pouco, da esquerda para a direita, como um pêndulo a encontrar o seu eixo de equilíbrio (nem muito para a frente, nem muito para trás), sinta o alongamento da coluna vertebral, sem tensão, os ombros um pouco para trás e descaídos, e a cervical a segurar a cabeça (que pesa 5 a 6 quilos) de forma a que o queixo fique paralelo ao chão. Começamos a entrar numa postura, numa posição, como que uma postura da nossa vida com este alongamento da coluna, e sentimos como que uma linha que vai para o céu, como se tivéssemos um fio a puxar-nos para cima.
Agora fazemos um exercício respiratório muito simples, respiração passiva, o ar apenas entra, sustemos apenas um instante a respiração e soltamos pela boca, abrindo a glote e emitindo um som, com uma expiração longa, muito lentamente, e fazêmo-lo por três vezes. Agora, fechamos os lábios e colocamos a ponta da língua muito levemente, só encostada ao céu da boca, logo atrás dos dentes da frente. As mãos podemos colocá-las numa posição que se chama “posição do cosmos”: a mão direita por baixo da esquerda, virada para cima, com os polegares a tocar muito levemente (como se tivéssemos uma folha de papel de seda entre eles, que não pode deixar-se caír, nem se pode amachucar), os olhos podem estar simplesmente a olhar num ângulo de 45%, não precisam estar fechados, e voltamos de novo a atenção para a nossa respiração, no momento em que o dentro e o fora é a única realidade. Observe a temperatura do ar que entra e do ar que sai das narinas. Sentimos a temperatura da sala, ouvimos todos os sons... e ouvimos o silêncio. Sentimos algumas fragrâncias, odores, os olhos entreabertos permitem-nos ver luz e sombra, sentimos na pele a textura das roupas que trazemos.
E podemos, agora, observar a nossa mente: neste momento, existem pensamentos, ou não? Se existem pensamentos, observe se são palavras, imagens, música, memórias, sentimentos, apenas observe mantendo a postura alongada e a respiração consciente. Ao inspirar, saiba que está a inspirar, observe como a caixa toráxica se expande e ao expirar como se contrai.
Volte a atenção para a respiração, nas narinas, e podemos colocar as mãos, palma com palma, e agradecemos.
(...fim da meditação)
- A Monja Cohen comenta que há quase cinquenta anos, achou que era tão bom que se especializou nisto: em Za Zen - que é japonês - “Za” significa sentar, e “Zen” significa meditação. Recomenda não só para a pessoa, como indivíduo, mas também para a sociedade / grupo, tal como vários autores e historiadores, que têm gradualmente chegado à conclusão que a solução para a humanidade passa pela prática regular da meditação. -
Autoria de Monja Cohen
(Retirado do vídeo "PUCPR - Monja Cohen - Vida On e Off: Educação para a interioridade num mundo hiperconectado... - Link: https://youtu.be/-znTpXNjkzA)